terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Para os alunos da 8ª séries

Vamos fazer uma breve revisão:

Assunto: Período Regencial, Noite das garrafadas
             Regencia Una
             Golpe da Maioridade


A Noite das Garrafadas foi uma conturbação que antecedeu a saída de D. Pedro I do governo.
Ao longo da colonização do Brasil, observamos que as relações e diferenças entre a metrópole e a população colonial promoviam uma situação de oposição que, em alguns momentos, se estendeu a uma disputa entre brasileiros e portugueses. A Guerra dos Mascates, por exemplo, exprimiu bem esse tipo de situação, quando os fazendeiros de Olinda se voltaram contra os comerciantes portugueses do Recife. No período joanino, vemos que essa mesma situação se manteve.
Quando alcançamos a nossa independência, vimos que essa rivalidade se preservava na figura do próprio D. Pedro I. Em diversas ocasiões o imperador, de descendência portuguesa, se envolveu com assuntos da antiga metrópole e tomou decisões que muitas vezes colocavam em dúvida o seu compromisso junto aos interesses da nação que comandava. Vários de seus ministros eram portugueses e muitos desses defendiam irrestritamente o fortalecimento da autoridade imperial no país.
Alcançando os últimos anos do império, vemos que essa situação de desconfiança e crítica ao imperador se agravou quando Líbero Badaró, jornalista de tendência liberal e ferrenho opositor de D. Pedro I, foi misteriosamente assassinado. Em pouco tempo, o incidente foi tomado pela população como um desmando do imperador. Mediante a conturbada situação, D. Pedro I organizou uma comitiva em busca de apoio e prestígio em outras províncias do território.
Dirigindo-se primeiramente a Ouro Preto, em Minas Gerais, a comitiva imperial foi hostilizada com as portas das casas fechadas e cobertas por mantos negros. Transtornado com a represália, D. Pedro resolveu voltar à capital do império. Nesse meio tempo, os portugueses que viviam na cidade do Rio de Janeiro decidiram organizar uma festa de boas-vindas ao imperador. Por meio dessa ação, os lusitanos pretendiam reforçar o seu já conhecido apoio aos atos do governante.
A notícia do evento deixou os brasileiros incomodados com uma homenagem para uma figura política tão somente questionada. Desse modo, começaram a hostilizar os portugueses chamando os mesmos de “estrangeiros” ou bradando “morte aos pés de chumbo”. Em pouco tempo, as ofensas se transformaram em uma enorme e violenta baderna entre portugueses e brasileiros pelas ruas da cidade. Atacando os lusitanos com garrafas, cacos e pedras, o evento acabou conhecido como “A noite das garrafadas”.
Do ponto de vista político, esse foi um dos últimos eventos que antecederam a retirada de D. Pedro I do cenário. Antes disso, o imperador ainda tentou contornar a situação ao promover a eleição de um ministério formado somente por brasileiros. Contudo, a medida acabou não perdurando e novas manifestações contra o imperador o forçaram a abdicar do trono brasileiro.


 Período Regencial


Câmara dos Deputados: centro das disputas políticas do Período Regencial.
Toda a agitação política do governo de Dom Pedro I culminou em sua rápida saída do governo durante os primeiros meses de 1831. Surpreendidos com a vacância deixada no poder, os deputados da Assembleia resolveram instituir um governo provisório até que Dom Pedro II, herdeiro legítimo do trono, completasse a sua maioridade. É nesse contexto de transição política que observamos a presença do Período Regencial.

Estendendo-se de 1831 a 1840, o governo regencial abriu espaço para diferentes correntes políticas. Os liberais, subdivididos entre moderados e exaltados, tinham posições políticas diversas que iam desde a manutenção das estruturas monárquicas até a formulação de um novo governo republicano. De outro lado, os restauradores – funcionários públicos, militares conservadores e comerciantes portugueses – acreditavam que a estabilidade deveria ser reavida com o retorno de Dom Pedro I.

Em meio a tantas posições políticas, a falta de unidade entre os integrantes da política nacional em nada melhorou o quadro político brasileiro. As mesmas divergências sobre a delegação de poderes políticos continuaram a fazer da política nacional um sinônimo de disputas e instabilidade. Mesmo a ação reformadora do Ato Adicional, de 1834, não foi capaz de resolver os dilemas do período.

Umas das mais claras consequências desses desacordos foram a série de revoltas deflagradas durante a regência. A Sabinada na Bahia, a Balaiada no Maranhão e a Revolução Farroupilha na região Sul foram todas manifestações criadas em consequência da desordem que marcou todo o período regencial.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola


O golpe da maioridade

 
A chegada de um jovem imperador ao poder em meio às disputas políticas de uma época.
A chegada de um jovem imperador ao poder em meio às disputas políticas de uma época.
Ao longo do período regencial, a disputas entre as tendências políticas promoveram a instalação de um clima instável. De um lado, os liberais defendiam a concessão de maiores liberdades aos governos locais com a criação de poderes legislativos e a eleição de assembleias regenciais. Por outro, os conservadores entendiam que a manutenção de um sistema político centralizado era pressuposto fundamental para que a unidade territorial e política fossem seguramente preservadas.

Em meio a essa contenda, os liberais atingiram uma primeira vitória ao aprovarem o chamado Ato Adicional, em 1834. Pela emenda, as províncias poderiam organizar as suas próprias assembleias legislativas. Contudo, apenas seis anos mais tarde, os conservadores deram sua reposta com a Lei Interpretativa do Ato Adicional. Segundo o novo texto, os direitos das assembleias locais seriam tolhidos e o Poder Executivo central teria maiores atribuições.

Paralela a essa concorrência política, várias províncias foram palco de violentas rebeliões que respondiam ao desmando e à crise econômica que se perfilavam no país. Nesse contexto, ficava mais difícil a sustentação da hegemonia conservadora nos principais cargos regenciais. Já em 1839, políticos liberais arquitetaram um movimento defendendo a antecipação da maioridade de Dom Pedro II, que então possuía apenas quatorze anos de idade.

A intenção dos liberais era a de apoiar a chegada de D. Pedro II ao governo, aproveitando de sua inexperiência para assumir importantes funções políticas. No início de 1840, o político liberal Antônio Carlos de Andrada e Silva criou o chamado Clube da Maioridade. Com o apoio da imprensa, a proposta de antecipação ganhou as ruas da capital e incitou algumas manifestações de apoio popular. Para muitos, a imagem jovem e instruída de D. Pedro II representava um tentativa de ordenação política e social.

O movimento não sofreu oposição dos conservadores, que poderiam ser facilmente acusados de repúdio ao regime monárquico. Em maio de 1840, um projeto de lei apresentado à Câmara realizou o pedido de antecipação da maioridade de Dom Pedro II. No dia 23 de julho, com expressa concordância do jovem monarca, o fragilizado governo conservador aprovou a medida. Naquele momento, o Segundo Reinado inaugurou uma das mais extensas fases de nossa história política.

Bom Estudo!!! Prof. Patricia

            

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