Assunto: Período Regencial, Noite das garrafadas
Regencia Una
Golpe da Maioridade
Ao longo da colonização do Brasil, observamos que
as relações e diferenças entre a metrópole e a população colonial
promoviam uma situação de oposição que, em alguns momentos, se estendeu a
uma disputa entre brasileiros e portugueses. A Guerra dos Mascates, por
exemplo, exprimiu bem esse tipo de situação, quando os fazendeiros de
Olinda se voltaram contra os comerciantes portugueses do Recife. No
período joanino, vemos que essa mesma situação se manteve.
Quando alcançamos a nossa independência, vimos que essa rivalidade se
preservava na figura do próprio D. Pedro I. Em diversas ocasiões o
imperador, de descendência portuguesa, se envolveu com assuntos da
antiga metrópole e tomou decisões que muitas vezes colocavam em dúvida o
seu compromisso junto aos interesses da nação que comandava. Vários de
seus ministros eram portugueses e muitos desses defendiam
irrestritamente o fortalecimento da autoridade imperial no país.
Alcançando os últimos anos do império, vemos que essa situação de
desconfiança e crítica ao imperador se agravou quando Líbero Badaró,
jornalista de tendência liberal e ferrenho opositor de D. Pedro I, foi
misteriosamente assassinado. Em pouco tempo, o incidente foi tomado pela
população como um desmando do imperador. Mediante a conturbada
situação, D. Pedro I organizou uma comitiva em busca de apoio e
prestígio em outras províncias do território.
Dirigindo-se primeiramente a Ouro Preto, em Minas Gerais, a comitiva
imperial foi hostilizada com as portas das casas fechadas e cobertas por
mantos negros. Transtornado com a represália, D. Pedro resolveu voltar à
capital do império. Nesse meio tempo, os portugueses que viviam na
cidade do Rio de Janeiro decidiram organizar uma festa de boas-vindas ao
imperador. Por meio dessa ação, os lusitanos pretendiam reforçar o seu
já conhecido apoio aos atos do governante.
A notícia do evento deixou os brasileiros incomodados com uma
homenagem para uma figura política tão somente questionada. Desse modo,
começaram a hostilizar os portugueses chamando os mesmos de
“estrangeiros” ou bradando “morte aos pés de chumbo”. Em pouco tempo, as
ofensas se transformaram em uma enorme e violenta baderna entre
portugueses e brasileiros pelas ruas da cidade. Atacando os lusitanos
com garrafas, cacos e pedras, o evento acabou conhecido como “A noite
das garrafadas”.
Do ponto de vista político, esse foi um dos últimos eventos que
antecederam a retirada de D. Pedro I do cenário. Antes disso, o
imperador ainda tentou contornar a situação ao promover a eleição de um
ministério formado somente por brasileiros. Contudo, a medida acabou não
perdurando e novas manifestações contra o imperador o forçaram a
abdicar do trono brasileiro.
Período Regencial
Toda a agitação política do governo
de Dom Pedro I culminou em sua rápida saída do governo durante os
primeiros meses de 1831. Surpreendidos com a vacância deixada no poder,
os deputados da Assembleia resolveram instituir um governo provisório
até que Dom Pedro II, herdeiro legítimo do trono, completasse a sua
maioridade. É nesse contexto de transição política que observamos a
presença do Período Regencial.
Estendendo-se de 1831 a 1840, o governo regencial abriu espaço para diferentes correntes políticas. Os liberais, subdivididos entre moderados e exaltados, tinham posições políticas diversas que iam desde a manutenção das estruturas monárquicas até a formulação de um novo governo republicano. De outro lado, os restauradores – funcionários públicos, militares conservadores e comerciantes portugueses – acreditavam que a estabilidade deveria ser reavida com o retorno de Dom Pedro I.
Em meio a tantas posições políticas, a falta de unidade entre os integrantes da política nacional em nada melhorou o quadro político brasileiro. As mesmas divergências sobre a delegação de poderes políticos continuaram a fazer da política nacional um sinônimo de disputas e instabilidade. Mesmo a ação reformadora do Ato Adicional, de 1834, não foi capaz de resolver os dilemas do período.
Umas das mais claras consequências desses desacordos foram a série de revoltas deflagradas durante a regência. A Sabinada na Bahia, a Balaiada no Maranhão e a Revolução Farroupilha na região Sul foram todas manifestações criadas em consequência da desordem que marcou todo o período regencial.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
O golpe da maioridade
A chegada de um jovem imperador ao poder em meio às disputas políticas de uma época.
Ao longo do período regencial, a disputas entre as
tendências políticas promoveram a instalação de um clima instável. De
um lado, os liberais defendiam a concessão de maiores liberdades aos
governos locais com a criação de poderes legislativos e a eleição de
assembleias regenciais. Por outro, os conservadores entendiam que a
manutenção de um sistema político centralizado era pressuposto
fundamental para que a unidade territorial e política fossem seguramente
preservadas.
Em meio a essa contenda, os liberais atingiram uma primeira vitória ao aprovarem o chamado Ato Adicional, em 1834. Pela emenda, as províncias poderiam organizar as suas próprias assembleias legislativas. Contudo, apenas seis anos mais tarde, os conservadores deram sua reposta com a Lei Interpretativa do Ato Adicional. Segundo o novo texto, os direitos das assembleias locais seriam tolhidos e o Poder Executivo central teria maiores atribuições.
Paralela a essa concorrência política, várias províncias foram palco de violentas rebeliões que respondiam ao desmando e à crise econômica que se perfilavam no país. Nesse contexto, ficava mais difícil a sustentação da hegemonia conservadora nos principais cargos regenciais. Já em 1839, políticos liberais arquitetaram um movimento defendendo a antecipação da maioridade de Dom Pedro II, que então possuía apenas quatorze anos de idade.
A intenção dos liberais era a de apoiar a chegada de D. Pedro II ao governo, aproveitando de sua inexperiência para assumir importantes funções políticas. No início de 1840, o político liberal Antônio Carlos de Andrada e Silva criou o chamado Clube da Maioridade. Com o apoio da imprensa, a proposta de antecipação ganhou as ruas da capital e incitou algumas manifestações de apoio popular. Para muitos, a imagem jovem e instruída de D. Pedro II representava um tentativa de ordenação política e social.
O movimento não sofreu oposição dos conservadores, que poderiam ser facilmente acusados de repúdio ao regime monárquico. Em maio de 1840, um projeto de lei apresentado à Câmara realizou o pedido de antecipação da maioridade de Dom Pedro II. No dia 23 de julho, com expressa concordância do jovem monarca, o fragilizado governo conservador aprovou a medida. Naquele momento, o Segundo Reinado inaugurou uma das mais extensas fases de nossa história política.
Em meio a essa contenda, os liberais atingiram uma primeira vitória ao aprovarem o chamado Ato Adicional, em 1834. Pela emenda, as províncias poderiam organizar as suas próprias assembleias legislativas. Contudo, apenas seis anos mais tarde, os conservadores deram sua reposta com a Lei Interpretativa do Ato Adicional. Segundo o novo texto, os direitos das assembleias locais seriam tolhidos e o Poder Executivo central teria maiores atribuições.
Paralela a essa concorrência política, várias províncias foram palco de violentas rebeliões que respondiam ao desmando e à crise econômica que se perfilavam no país. Nesse contexto, ficava mais difícil a sustentação da hegemonia conservadora nos principais cargos regenciais. Já em 1839, políticos liberais arquitetaram um movimento defendendo a antecipação da maioridade de Dom Pedro II, que então possuía apenas quatorze anos de idade.
A intenção dos liberais era a de apoiar a chegada de D. Pedro II ao governo, aproveitando de sua inexperiência para assumir importantes funções políticas. No início de 1840, o político liberal Antônio Carlos de Andrada e Silva criou o chamado Clube da Maioridade. Com o apoio da imprensa, a proposta de antecipação ganhou as ruas da capital e incitou algumas manifestações de apoio popular. Para muitos, a imagem jovem e instruída de D. Pedro II representava um tentativa de ordenação política e social.
O movimento não sofreu oposição dos conservadores, que poderiam ser facilmente acusados de repúdio ao regime monárquico. Em maio de 1840, um projeto de lei apresentado à Câmara realizou o pedido de antecipação da maioridade de Dom Pedro II. No dia 23 de julho, com expressa concordância do jovem monarca, o fragilizado governo conservador aprovou a medida. Naquele momento, o Segundo Reinado inaugurou uma das mais extensas fases de nossa história política.
Bom Estudo!!! Prof. Patricia
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